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caminheiros de Merda

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04
Abr13

Crónica de MerdA 3 (o sol é perigoso)


xapim

Há uma angústia melancólica que guardo bem ainda na minha memória e que os fim das tardes intermináveis de verão me provocavam quando era ainda jovem adolescente. Uma sensação de tristeza, de despedida, de prisão invadia-me. O vermelho ardente e alaranjado do sol a pôr-se, as sombras da noite que se anunciavam e que pareciam em movimento como braços que me cercavam, deixavam-me quase prostrado... Aquele silêncio, os movimentos quase imperceptíveis da vida a recolher, a lentidão do tempo e dos pensamentos... 

O pôr do sol assusta-me ainda hoje, assim como outro trauma de infância: olhar para o céu estrelado mais de cinco minutos seguidos! Mas isto é outra história... para outras crónicas.

Em África, o pôr do sol é violento pelas suas cores, pela sua dimensão, pelos cenários que cria em conjugação com o meio, pelos sentimentos fortes que provoca. É fácil cair-se no lugar comum quando se fala de África. Quando fiz estas fotos e as observei, mil ideias me assaltaram a cabeça, escrevi dois "poemas" jogando com as cores, o arame farpado, a segregação, o sangue... Rasguei tudo, os papeis e as ideias, e sobretudo a intenção de complicar uma coisa que pode ser tão simples.

Agora olho para estas fotos e fico calmo e sereno: não faço mais nada que não seja deixar-me levar pelo pensamento, pois assim não tenho nem sinto limites ou horizontes, não tenho que ouvir opiniões nem críticas, e não fecho dentro de palavras mais ou menos coordenadas e rimadas aquilo que é impossível caber nelas. A meditação ajuda no auto controle, hei-de conseguir olhar para um céu estrelado durante mais de cinco minutos, ai hei-de...

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